Faltam 28 dias para as 500 Milhas de Indianápolis

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Faltam 28 dias para as 500 Milhas de Indianápolis. Há 28 anos, a prova conheceu seu terceiro e até hoje último tetracampeão: Rick Mears, numa prova cheia de números especiais e inéditos, com uma das primeiras filas mais fantásticas de todos os tempos – e decidida num passão fenomenal a menos de 30 milhas da bandeirada.

Uma das grandes atrações era A. J. Foyt. Após arrebentar as pernas e os pés num acidente em Elkhart Lake, no ano anterior, era cogitado que o texano, já com 56 anos e 33 participações consecutivas em Indy, anunciasse sua aposentadoria. Mas Foyt planejou correr a prova e só em seguida se retirar das pistas. E assim foi: sorteado para ser o primeiro a fazer uma tentativa no Pole Day, A. J. cravou média de 222.443 MPH. E conseguiu um sensacional segundo lugar no grid de largada. A primeira vez em que esteve na primeira fila desde 1982!

É verdade que o segundo lugar de Foyt teve o auxílio da Penske: no meio da tarde, Emerson Fittipaldi havia virado três voltas em média de 223 MPH, mas o time decidiu abortar a tentativa para voltar mais tarde à pista. Minutos mais tarde, veio a chuva e encerrou o Pole Day. Assim, foi formada uma fantástica primeira fila com Rick Mears, Foyt e Mario Andretti: nada menos do que oito anéis de vencedor conquistados até então para comandar o grid. Na quarta colocação, ainda havia mais um ex-campeão da prova: Bobby Rahal.

Na prova, Mears saiu na frente, mas perdeu a ponta para os Andretti, Mario e depois Michael, na volta 12. O primogênito, diga-se, foi dominante por boa parte da contenda: liderou 97 voltas. Era ele quem estava na ponta na volta 183, quando o motor do March-Alfa Romeo de Danny Sullivan estourou. O piloto da Newman-Haas, que precisava reabastecer, foi aos boxes e voltou logo atrás do pole Mears, que voltava à ponta.

Na relargada, na volta 186, Andretti embutiu na traseira do #3 e colocou seu Lola-Chevrolet na ponta, com uma bela ultrapassagem por fora na curva 1. Não saiu barato. Na volta seguinte, Mears fez exatamente a mesma manobra e deixou o filho do velho Mario a ver navios. O Andretti-pai, diga-se, apareceu lento na entrada dos boxes voltas mais tarde. E muitos desconfiaram que seria uma manobra propositada para beneficiar o filho numa relargada. Se foi ou não, não deu certo. No ano em que, nos treinos, sofreu seu primeiro acidente em Indianápolis desde a edição em que estreou no famoso circuito, em 1977, Mears faturou seu quarto e último título da prova.

Alguns dos tantos fatos inéditos, dignos de nota ou recordes que aconteceram nesta edição foram os seguintes:

*Primeiro piloto negro a se classificar para a prova (Willy T. Ribbs);
*Primeiro japonês a se classificar para a prova (Hiro Matsushita);
*Primeira vez que quatro membros da mesma família se classificam para a prova (Mario, Michael, Jeff e John Andretti);
*Primeira pessoa a pilotar o Pace Car após passar por transplante de coração (ninguém menos do que Carroll Shelby);
*Sexta pole de Rick Mears, recorde absoluto (os próximos na lista são Rex Mays, A. J. Foyt e Hélio Castroneves, todos com quatro);

 

Por Geferson Kern

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